Política

Incrível a revolta popular contra o governo Temer. Na noite desse domingo, 15/04, o vice-presidente em serviço, Michel Temer (PMDB-SP), esteve em entrevista no Fantástico da Rede Globo. Os efeitos da presença do vice-presidente a mídia televisiva foi sentido de imediato, a audiência caiu e no Brasil inteiro se pode ouvir, apitaço, panelaço, vaias, gritos e uma enxurrada de vomitaço nas paginas eletrônicas do Fantástico e PMDB oficial.
Veja o vídeo da Folha de SP do momento da entrevista:
Entrevista de Michel Temer é recebida com panelaços https://t.co/12Ko9FrA0shttps://t.co/vCj87gp06E
— Folha de S.Paulo (@folha) 16 de maio de 2016
Na entrevista Temer deixou de falar coisas importantes, bocejou somente possibilidades de montar um governo mais plural, não deixou claro como funciona as alianças com o PSDB que já promove nos bastidores uma visibilidade negativa ao Temer, não deu um pio sobre os ministros que indicou e estão investigados e intimados na operação Lava Jato e muito menos da sua condenação no Tribunal Superior Eleitoral de São Paulo, que o deixou inelegível por 8 anos e sem direito a recurso, Temer já é ficha suja e também não respondeu as denuncias do Wikileakes que mostrou documentos afirmando que o mesmo seria informante do governo norte americano no país.
O vice-presidente fez uma fala plutocrata e com nível neoliberal forte, politicas publicas básicas passaram de importantes para simplesmente politicas que consomem dinheiro governamental e a declaração que o importante é a “indústria” que teve crescimento na última década superior a 100% e que teve a fatia de lucro diminuída pela valorização do trabalhador que deixou de ser somente 10% no lucro para ser 30% e isso tem incomodado o setor mais conservador. Sobre as privatizações que estão caminhando a todo o vapor não confirmou nada, mas existe inclusive um balanço patrimonial feito a pedido dos irmãos Marinho que coloca os bancos do Brasil, Caixa e Nordeste, na berlinda para entregar ao capital privado e acredite, junto com isso, vão todos os financiamentos dos programas sociais, principalmente os estudantis.
A entrevista terminou do mesmo jeito que começou, sem esclarecer nada, sem dar tom de caminho algum e muito menos esclareceu as angustias da população que esperavam pelo menos esclarecimentos sobre as varias propostas de retiradas de direitos que chegam ao pleno da câmara dos deputados para serem apreciadas.

Desde a primeira votação do golpe 2016 no dia 17 de abril, na Câmara Federal, que a imprensa internacional negativa e divulga ao mundo o que ocorre no Brasil. Após votação no senado 12 de maio, vem acontecendo uma verdadeira enxurrada de notícias e declarações críticas da mídia internacional com relação ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff (PT-RS), o correspondente da emissora nos Estados Unidos foi obrigado a falar sobre o assunto e, ao noticiar o editorial do jornal The New York Times que saiu em defesa de Dilma, chega até a gaguejar.
O Vídeo viralizou nas redes sociais e o repórter finaliza exemplificando o novo governo do primeiro ministro do Canadá, Justin Trudeau, do partido liberal, que foi renovado recentemente, quando perguntado, por que o governo dele tem metade dos ministros mulheres ele respondeu “Por que estamos no século 21”.
Assista:

A imagem do Brasil após o golpe 2016 articulado pelo vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiro (PMDB-AL) com demais partidos de oposição PSDB, PPS, PSB entre outros, e confirmado pelo congresso no último, 12/05, do impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT-RS), na teoria, algumas agencias de credito diziam que a culpa do mercado esta oscilando e do dólar alto seria por conta do governo petista e se surpreendeu com a forte retaliação do mercado mundial ao Brasil após a posse de Temer.
As agencias de credito de todo o mundo estão orientando seus investidores a passarem longe do Brasil por conta da instabilidade política e pela nítida falta de democracia que promete oprimir a população que consequentemente pode diminuir a produção no país. “As embaixadas estão apreensivas, as da América latina já começam a sair, Japão, China, Canadá e mais alguns da Europa como: França, Dinamarca, Alemanha, Itália e Portugal, descreditaram as ações que influenciou ainda mais o mercado dos Estados Unidos a ficarem calados e empurra o dólar a valorização frente ao real brasileiro”, destacou o estrategista financeiro da Onipus-USA em reportagem ao jornal The New York Times, Fred Gouler.
O corte de ministérios que promovem a conquista de cidadania e direitos como cultura, mulheres e direitos humanos, tem sido uma realidade negativa para a estabilidade democrática e juntando isso à campanha de abafar a operação Lava Jato que tem 12 novos ministros empossados no novo governo além do próprio Temer, as garantias de estabilidade estão longe de serem conquistadas.
Vamos destacar o papel da oposição do PSDB, liderada pelos tucanos, José Serra, Tasso Jereissati e Aécio Neves, que não estão se quer preocupados com o sucesso do governo Temer, a oposição ao Pmdebista esta mais viva do que nunca e promete fortalecer ainda mais as incertezas que mostra ter começado de vez a disputada eleitoral presidencial, o PSDB, visualiza o “quanto mais caos melhor” para tentar uma vitória em 2018.
Enquanto a classe média não acordar para os efeitos negativos do governo plutocrata a perca de direitos segue a todo vapor, e pautas que retiram direitos conquistados recentemente pelas domesticas, dos trabalhadores de não poderem mais denunciar os abusos das empresas ao ministério do trabalho, do aumento de idade da aposentadoria de 65 para 75 anos e retirar do funcionalismo publico o direito de entrar em greve, chegam a câmara nessa semana para serem apreciadas e pela rapidez que a coisas andam contra os direitos, talvez aprovadas logo.

Apoiadores do deputado Jair Bolsonaro promoveram um quebra-quebra na noite dessa sexta-feira, 13/05, na frente do shopping Benfica em Fortaleza. O evento que eles batizaram de “Rolezinho do Bolsonaro” acompanhado de faixas com frases de ódio, racistas, machistas, homofóbicas e de apoio a Bolsonaro presidente. O grupo também gritava o nome do maior torturador da ditadura militar de 1964, o militar Brilhante Ustra.
Veja fotos:
Os organizadores disseram a imprensa que a principal proposta do movimento é defender a ordem e os bons costumes, porém o quebra-quebra começou quando invadiram outros dois eventos "Rolezinho da Inês Brasil na UFC" e o "Rolezinho da Gratidão" que era contra o Golpe 2016, a favor dos direitos das minorias com uma aula sobre o fascismo apoiada por professores da Universidade Federal do Ceará, UFC.
A confusão se generalizou na avenida da universidade e policiais tiveram que conter os seguidores do Bolsonaro que partiram pra cima dos universitários.
Segundo a Polícia Militar o rolezinho fascista tinha 100 pessoas e se dispersaram por volta das 19h.

A desculpa mais esfarrapada do momento vinda de um gestor municipal é culpar a crise financeira do país pela falta de trabalho em especificas áreas em sua gestão. No Iguatu isso não tem sido diferente, várias lojas do centro comercial e periférico da cidade, tem fechado suas portas pela falta de circulação de dinheiro. A gestão que governa o Iguatu desde o inicio da década de 2000 não realizou políticas publicas para gerar desenvolvimento econômico local e faz com que a cidade fique refém mensalmente das aposentadorias, de programas sociais como o bolsa família e da renda vinda de pessoas que trabalham no próprio comercio.
Na última semana a surpresa foi o fechamento das Lojas Esplanada, que ficou na cidade por mais de 30 anos e já havia pré anunciado seu fechamento a cerca de 6 meses atrás, e desde então vinha fazendo promoção em seu estoque, porém em outras cidades que tem alguma outra filial da loja, funciona normalmente e com perspectiva de crescimento.
A imprensa local que trabalha para manter as aparências da gestão desastrosa "Trabalhando para os que mais precisam" não consegue explicar a falta investimento no comércio em Iguatu e os sindicatos do gênero estão amedrontados e amordaçados e as consequências disso mostras que em todo esse tempo nenhuma grande empresa veio se instalar por aqui.
Além das empresas que já se tinha do empresariado local, os últimos grandes empreendimentos que veio para o Iguatu foi a empresa de calçados Dakota, mas isso faz mais de 20 anos, e a recente distribuidora de cerveja Itaipava, no mais, os iguatuenses ficaram de braços dados com as promessas do “Iguatu Cidade do Futuro, sem presente” e sem a perspectiva de futuro, já que empresário nenhum que veio tentar firmar algum empreendimento na cidade ficou, até fez reunião, bateu foto e matéria para informativo de prefeitura, e depois sumiu sem olhar para trás.
Então a desculpa mais ridícula que um iguatuense pode esperar da mídia municipal é “O Esplanada, a bodega do Zé e a farmácia de Ana, fecharam por causa da crise no Brasil e deveria ser, fechou pela falta de interesse real de melhorar a vidas das famílias do Iguatu”.
A criminosa especulação imobiliária e a visão que Iguatu é a pior cidade para se investir
As empresas que tem baixado as portas na cidade tem uma reclamação no topo da lista “o aluguel no Iguatu é muito caro” é fácil visualizar prédios comerciais no centro de Iguatu fechados e quando se vai atrás de saber o preço de um desses prédios com 2 portas e com pouco mais de 30 metros o valor do aluguel ultrapassa os 4 mil reais e prédios simples de uma porta e sem conforto algum, passa dos 2.500 reais.
Afinal quem define esses valores? Qual empresário vem querer ganhar dinheiro no Iguatu sem incentivo fiscal nenhum e ainda tem comprar seu passe ao dono da cidade e pagar absurdos tributos a administração local. Para se ter uma ideia o nosso Imposto sobre Serviços, ISS, atual é 5%, ai tem alvará, a conta d’água que é inexplicavelmente cara e ainda tem essa especulação imobiliária com preços criminosos, talvez seja por isso que empresas estão fugindo da cidade para Jucás, Quixelô e Acopiara, e provavelmente por esse e outros vários motivos os prédios devem continuar fechados e o empresariado continue fortalecendo e vendo o Iguatu como a pior cidade do Ceará para se investir.

Está claro que o governo golpista de Michel Temer começa frágil. Primeiro, porque os personagens que o cercam têm imagem péssima e capivaras gigantes na Justiça. E, em segundo lugar, porque o vice golpista colocará em ação um plano ultra-liberal, na linha do adotado por Macri na Argentina; só que fará isso sem ter recebido o aval das urnas.
Esse plano provocará desarranjo social, instabilidade, fragilizará os trabalhadores e os mais pobres. Já sabemos disso. Mas o povo que assiste a tudo, desconfiado, ainda não se deu conta.
Ouço algumas pessoas, ligadas aos movimentos sociais e a partidos de esquerda, dizendo que esse quadro favorece uma reação imediata nas ruas – para deslegitimar Temer. Minha impressão é de que, bem ao contrário, Temer conta com essas ações (fechamento de ruas e estradas, ocupações de prédios públicos e propriedades privadas) para construir a legitimidade de que necessita.
O que quero dizer? Que a narrativa buscada pelo governo Temer será a de que “baderneiros” ligados ao PT buscam obstaculizar a nova “unidade nacional”. As ações de rua da esquerda, quanto mais virulentas forem, mais fornecerão a Temer o álibi de que necessita: “temos um inimigo, uma quadrilha que foi desalojada do poder e que se recusa a aceitar a derrota”. Essa será a narrativa. A Globo e suas sócias minoritárias no oligopólio midiático saberão construir essa narrativa. Já começaram, aliás.
No Judiciário e no aparato de Estado, veremos ações de repressão, intimidação, perseguição. Caminhamos para uma semi-democracia. Ou uma quase-ditadura - no estilo colombiano: as instituições funcionam, mas a esquerda e os movimentos populares organizados são expurgados.
Reparem que o secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Morais, cotado para ser Ministro da Justiça do governo golpista, dá a senha: chamou de “ações guerrilheiras” os protestos desse dia 11 de maio.
Outros exemplos: a Policia Federal deteve um grupo de mulheres pró-Dilma que se dirigia a Brasília porque elas se manifestaram dentro do avião na viagem; e grupos fascistas invadiram escolas ocupadas no Rio para expurgar a esquerda que ousa protestar contra o descalabro da educação fluminense.
Isso é o que nos espera nos próximos meses. Um “choque de ordem”, baseado em abusos de autoridade e fascismo social.
Risco de isolamento
Pensei muito se deveria escrever este texto, porque poderia parecer uma nota de desânimo no momento em que é preciso resistir. Mas sinto-me na obrigação de dizer o que vejo: nos próximos meses, a esquerda e os democratas em geral ficarão minoritários. O maior risco que corremos é o de isolamento social.
A mesma máquina midiática que criou a narrativa (vitoriosa, pelo que vemos) de que uma organização criminosa tomou de assalto o país passará, a partir de agora, a operar em outro diapasão: a “quadrilha” de desordeiros não quer deixar o Brasil seguir seu curso.
Percebam que o 17 de abril (com a infame votação do “em nome da minha família”, “em nome de deus”) foi o dia em que se mostrou – sem véu – a ideologia hoje vitoriosa no Brasil. A ideologia da ordem. E essa narrativa foi meticulosamente construída…
Em março de 2015, no estouro da boiada da direita, vocês se lembram qual era a frase pronta repetida pelos repórteres da Globo ao cobrir as manifestações: “milhares de famílias, em ordem, protestam contra o governo do PT e contra a corrupção.”
Famílias em ordem x corrupção petista. Esse é o resumo da ópera.
O próprio lulismo, como já ressaltado por André Singer, opera dentro da ordem. Amplos setores que votaram em Lula e Dilma são conservadores. Queriam (e querem) melhorias dentro da ordem, até porque a liderança da classe trabalhadora lhes ofereceu esse programa.
Reparem que são relativamente pequenos os grupos que saíram às ruas nos últimos dias (em atos que considero heróicos e necessários) para denunciar o golpe Temer/Cunha/Globo/PSDB. Não há muita gente disposta a enfrentar o golpe na rua em ações “radicais”. Por enquanto, esse é o quadro.
Há setores na esquerda que apostam nessa estratégia: atos fortes, ainda que pequenos, para logo atrair as massas à resistência. Temo que esse tipo de ação esteja em completo desajuste com tudo que significou o lulismo nos últimos 15 anos. E temo que esse tipo de ação possa aprofundar o isolamento social da esquerda e dos movimentos sociais.
Será que a massa trabalhadora compreende essa sintaxe dos pneus queimados e das estradas fechadas?
Estou longe de ter a resposta definitiva.
O que percebo é que MST, CUT e demais centrais sindicais, ao lado de PT e PCdoB, são tudo que Temer e seus operadores da lei e da ordem querem ver nas ruas nos próximos meses. Será fácil carimbar essas manifestações como “desordens”, lançando esse povo no gueto dos “desesperados” e desalojados do poder.
O que não quer dizer, evidentemente, que devam se ausentar das ruas…
O melhor caminho para enfrentar o governo golpista, imagino eu, é apostar em ações descentralizadas, criativas, comandadas por jovens e mulheres. Ações que obriguem Temer e as PMs nos estados a botar seus dentes de fora. Ações pautadas em temas concretos, e que mostrem o que significará na vida prática de cada um esse golpe à democracia.
Teremos que fazer isso e ao mesmo tempo ter energia e muita solidariedade para enfrentar a onda de perseguições, difamações e violência que se abaterá sobre todo o campo popular e democrático.
Serão dias difíceis, como sabemos.
E talvez a maior de todas dificuldades seja: como defender o legado da (centro)esquerda que tivemos até aqui (o lulismo, com suas conquistas e sua sintaxe baseada nos acordos institucionais), ao mesmo tempo em que construímos uma nova esquerda – menos institucional, mais voltada às ruas, às redes e aos movimentos horizontais que pipocam Brasil afora?
Faremos isso tudo em meio a uma grave crise da democracia, com o discurso religioso e policialesco a dominar o cenário.
Qual papel de Dilma? E o de Lula?
Certamente são importantes, assim como o da Frente Brasil Popular e dos partidos e sindicatos. Mas isso tudo Temer e a Globo já botaram na conta. Vão partir pra cima dessa turma já conhecida.
O curinga na manga será a construção de novos movimentos sociais. Populares e de esquerda, mas não necessariamente “petistas”. É daí que poder vir a novidade mais consistente. Contra ela, toda a força e a virulência de Temer e das PM pode se transformar em fraqueza.
Esse é o cenário que vejo.
O Brasil entra num novo ciclo. Temer parece hoje ter pouca força pra se consolidar. Se errarmos muito, ele pode construir sua legitimidade a partir de nossos erros. Mas se o surpreendermos, toda força midiática e judicial não será capaz de evitar a construção (em 6 meses, 2 anos ou 10 anos) de um novo ciclo de esquerda no Brasil.
Haverá resistência! Agora e sempre. De muitas formas.
P.S.: Os golpistas que nos atacam nas ruas e nas redes dizem que estamos desesperados porque “perdemos a boquinha”. Deixem que pensem assim. Não sabem que a maioria dos que lutam do lado de cá está acostumada a travar longas batalhas, com persistência e confiança num futuro mais justo para o Brasil e o Mundo. Esse não é o primeiro governo golpista que vamos enfrentar e derrotar.
Reprodução: Rodrigo Vianna - Revista Fórum