Todos os detidos naquele dia foram encaminhados a diferentes delegacias da cidade, em um orquestrado show de irregularidades por parte da Polícia. Nesse dia, no entanto, somente as mulheres passaram por revista íntima vexatória ainda na delegacia.
Conforme explica a Marcha Mundial das Mulheres, a revista vexatória é usada amplamente para controlar a entrada de visitantes mulheres em unidades prisionais sob o argumento da preservação da segurança dos presídios, mas constitui dispositivo que fere princípios fundamentais da nossa Constituição.
Diferente da revista manual, feita pelo funcionário(a) com as mãos e por cima da roupa, a íntima vexatória é “aquela na qual a pessoa visitante de um presídio ou sob custódia da polícia é constrangida a tirar a roupa, realizar agachamentos nuas e/ou expor as partes íntimas. É realizada por policiais ou por agentes penitenciários com suposto objetivo preventivo”.
“Essa é uma denúncia pública dos abusos cometidos pela polícia do Estado de São Paulo, abusos esses que são cotidianamente cometidos, especialmente contra aqueles que moram na periferia. É também uma reivindicação contra a criminalização como um todo, seja da pobreza, dos movimentos sociais ou das mulheres. Criminalização essa que é tida atualmente como solução de qualquer problema social, apesar de não passar de um mero instrumento de controle, seja do corpo das mulheres ou da parcela mais pobre da sociedade que é colocada atrás das grades”, denunciam os movimentos.
O vídeo foi feito pela Marcha Mundial das Mulheres, Movimento Passe Livre - São Paulo e Fanfarra do M.A.L. – Movimento Autônomo Libertário.
Assista ao vídeo produzido coletivamente com base em vários depoimentos de mulheres que sofreram revista vexatória no dia 25 de outubro de 2013, em São Paulo:
Com informações da Marcha Mundial das Mulheres e Revista Fórum
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