A ofensiva contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT transformou-se numa escalada de factóides jurídico-políticos, em simbiose com a mídia monopolizada, que os ecoa e amplifica.
Em meio ao golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, cujo processo manipulado chega amanhã à fase da pronúncia, procuradores federais, ao longo de setenta páginas recheadas de ilações e impropérios contra Lula, refutam a bem fundamentada peça que invoca a suspeição e parcialidade do juiz Sérgio Moro.
E, ao fazê-lo, voltam o foco para o ex-presidente, acusando-o, sem qualquer prova e já prejulgando-o, de comandar um esquema de corrupção e pagamento de propina.
Trata-se, como já se viu, de mais uma represália (a anterior foi a transformação de Lula em réu por um juiz de má-fama) ao fato dos advogados de Lula terem recorrido ao Conselho de Direitos Humanos da ONU contra os abusos de setores do Judiciário e do Ministério Público.
Além disso, consta que o ministro do STF, Gilmar Mendes, que ora preside o Tribunal Superior Eleitoral, determinou a abertura de processo para investigar as contas do PT para que, no final, pudesse levar à cassação do registro do partido que, assim, ficaria impedido de concorrer – com Lula ou sem Lula – nas próximas eleições.
É bom lembrar que, há alguns meses, o então líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio, ingressara com pedido semelhante, invocando ilegalidade de doações as quais, por sinal, foram feitas igualmente ao seu partido, ao PMDB, ao DEM, ao PP e a outras agremiações.
Em repúdio a esta nova investida, a Bancada do PT na Câmara, liderada pelo deputado Afonso Florence, relembra que a última cassação de um partido político ocorreu durante a ditadura civil-militar de 1964. Florence afirma que Gilmar Mendes, com sua pretendida intenção “tira de vez a toga e assume o papel de militante da direita brasileira”.
Rui Falcão, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores
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