Depois de um longo processo histórico de massacres e resistências de índios, negros, pobres, trabalhadores (as) e mulheres, a sociedade civil brasileira, por meio de suas organizações, afirmou-se como protagonista dos rumos de nossa Pátria, construindo ferramentas democráticas e com participação ativa no controle das políticas públicas, na luta contra a corrupção, na proposição de leis que favoreçam o bem comum, na mobilização popular pelos direitos humanos, sociais, civis e ambientais, consolidando, assim, o Estado Democrático de Direito.
Por tudo isso, lamentamos profundamente a onda de violência e desrespeito à Dignidade Humana, praticada contra os direitos civis da liberdade de expressão e do direito da população à informação, que vem se desencadeando nos últimos tempos no município de Iguatu, iniciada por meio de uma forma de violência verbal já presente em alguns veículos de comunicação.
Assim é que, na madrugada de 12 de fevereiro, cinco jovens foram sequestrados em Iguatu, mantidos em cárcere privado, espancados, humilhados e submetidos a métodos cruéis de tortura física e psicológica, num espetáculo animalesco que representa um verdadeiros atentado à Dignidade da Pessoa Humana. Estes fatos estão registrados no processo Nº 202-28.2010.8.06,0181/0, que se encontra no Tribunal de Justiça do Estado.
Não bastasse a gravidade e a natureza hedionda dos crimes praticados, o que por si só é motivo de revolta e indignação de toda a população do Iguatu e da região, a motivação destes crimes, cometidos com o objetivo de silenciar, reprimir o exercício da liberdade de expressão e direito à informação, e a relação institucional entre os supostos autores materiais destas barbaridades e a esfera do Poder Político, representam um imenso retrocesso histórico e político e elevam de importância este caso, a exigir uma repulsa de toda a sociedade.
Conclamamos a sociedade em geral a levantar, no seu coração, a bandeira da solidariedade, da justiça e da paz, e repudiar com veemência estas práticas arbitrárias de violência e terror contra a população, que vem espalhando medo e insegurança na comunidade iguatuense.
Faz-se necessária uma enérgica mobilização de todos/todas para que cobremos das autoridades constituídas, Ministério Público e Poder Judiciário, uma apuração efetiva e célere acerca destes fatos lamentáveis apontando e punindo os seus autores, executores e eventuais mandantes, para que possamos reafirmar sempre: TORTURA NUNCA MAIS!
Que se faça justiça para que haja a paz! E cessem a violência e a impunidade!
Comissão Provisória Justiça e Paz Dom Oscar Romero/Diocese de Iguatu; Ordem dos Advogados do Brasil - OAB subseção de Iguatu, Associação da Mulheres de Iguatu - AMI, Fundação de Apoio ao Jovem de Iguatu - FAJI, Associação Comercial, Rotary Clube de Iguatu, Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Federal - SINASEFE Iguatu, Sindicato dos Comerciários, Associação dos Atingidos de Iguatu, Associação dos Pequenos Produtores e Profissionais da Gameleira, SIndicato dos Bancários, Câmara dos Dirigentes Lojistas de Iguatu - CDL, Associação dos Produtores do Fomento Iguatu, Sindieletro, Sindsaúde - Iguatu, Entidades que compõem o Fórum Microrregional pela Vida no Semiárido, Comissão Pastoral da Terra Diocesana - CPT, Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Ceará - SINTSEF Iguatu, Instituto Elo Amigo, Cáritas Diocesana de Iguatu, Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro - Senador Pompeu, Pastoral da Criança Diocesana, Comunidades Eclesiais de BAse - CEBs, Associação das Mulheres de São Pedro - AMUSP Jucás, Fundação São José - Saboeiro, Federação das Associações de Pedra Branca e Entidades Comunitárias - FATEC, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Pedra Branca, Rede de Educação Cidadã - RECID-CE e Crítica Radical Ceará.
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