Hoje quarta-feira, 13/11, será exumado, em São Borja (RS), os restos mortais do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe de 1964. A exumação faz parte das investigação sobre sua morte que é suspeita de ter sido assassinado pela operação Condor (conhecida como Carcará, no Brasil) e idealizada pelo governo Norte Americano e militares brasileiros. No dia seguinte, o corpo chega a Brasília e será recebido com honras de chefe de Estado pela presidenta Dilma Rousseff. Será a primeira vez que Jango, morto em 1976, retornará à Capital Federal, desde que foi afastado do poder.
Jango trará consigo o cortejo de todas as memórias do golpe, ainda em busca da verdade. O presidente que foi vilipendiado e tratado, entre tantas desqualificações, como corrupto - da mesma forma como fizeram com JK, e, antes dele, com Getúlio Vargas - terá finalmente seu ato de desagravo republicano. Jango nos traz sobretudo a ideia de uma República que foi podada em sua luta por ampliar a democracia e promover desenvolvimento com inclusão social. É disso que se trata quando se fala de Jango e de República.
Texto escrito com base na publicação do Boletim Semanal de Conjuntura nº 3, da Fundação Perseu Abramo.
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