Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles pediu demissão do cargo na tarde dessa quarta-feira, 23/06 e exoneração já foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Salles é citado em investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontar o ministro como suspeito de atrapalhar as investigações de um grande esquema de contrabando de madeiras apontado pela Polícia Federal (PF) do Amazonas.

A PF apontou que o ministro favorecia a liberação de licenças de exploração e cancelamento de multas milionárias aplicadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), iniciativa que tem beneficiado diretamente multinacionais exploradoras, grileiros de terra e latifundiários do agronegócio.

Na terça, 22, Bolsonaro elogiou Salles durante evento no Palácio do Planalto.

“Parabéns Ricardo Salles. Não é fácil ocupar o seu ministério. Por vezes a herança fica apenas uma penca de processos. A gente lamenta como por vezes somos tratados por alguns poucos que é muito importante para todos nós”, disse Bolsonaro.

Prisão a vista

Muito políticos próximo a Bolsonaro já recomendaram o afastamento de Ricardo Salles, as acusações são bem construídas e com provas robustas, principalmente após o STF ter autorizado 35 mandatos de buscas e apreensões que ocorreram no dia 19 de maio e que inclusive apreendeu o celular do ministro.

Nas redes sociais o ministro se mostrava feroz e deixava a entender que podia fazer tudo por que estava no controle.

Seu pedido de exoneração tem deixado a entender que foi uma saída silenciosa para não prejudicar a imagem do governo que está em queda livre e também porque deve está se concretizando o pedido de prisão já feito e negado recentemente pela PGR.

#ForaSalles

"Vamos aproveitar que a imprensa está com os olhos na pandemia do coronavírus e vamos abrir a porteira e deixar a boiada passar".

Essa foi a fala de Ricardo Salles na polêmica reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020 que foi usado como prova e exposto na mídia pelo ex-juiz e ministro da justiça, Sérgio Moro que acusou Bolsonaro de interferir na Polícia Federal para proteger o senador Flávio Bolsonaro (filho), o ex-assessor Fabricio Queiroz e outras pessoas próximas a ele. A fala do então ministro do meio ambiente ganhou destaque nacional, após coincidir com várias denúncias de corrupção no ministério do meio ambiente tendo como principal suspeito o próprio ministro.

Com Salles a frente do ministério vimos o Brasil perder espaço e prestígio na luta global a favor da preservação do meio ambiente, celebridades e nações amigas que doavam milhões para ajudar o Brasil manter a floreta amazônica protegida, deixaram de mandar ajuda e muito dinheiro.

Desde o início do governo Bolsonaro, Ricardo Salles estava a frente do ministério, permanecia essa que garantiu que entre janeiro e julho de 2019, o desflorestamento da Amazônio chegasse a 67,2%, maior do que no mesmo período de 2018 (O dado é da Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2020 passou dos 70% e em 2021 os dados não foram mais divulgados pelo governo.

A saída de Salles tem sido pedida pela sociedade civil organizada e várias campanhas de mobilização fora Salles aconteceram desde 2019 e após a divulgação do pedido de exoneração do cargo a hashtag: #ForaSalles que já tinha atingido o topo mundial em abril, maio e no dia 5 de junho (Dia do Meio Ambiente) desse ano, hoje a hastag voltou a alcançar o topo após divulgação da exoneração.