“Neto simulou estar passando mal e pediu para ir ao banheiro, para de lá enviar um SMS à redação de O Globo com o tema da redação. Como não há revista íntima no Enem, era complicado saber o que ele escondia. E mesmo assim, o repórter divulgou a notícia depois que os alunos já estavam dentro da sala de aula, o que não interfere em nada na credibilidade do exame”, justifica o Ministério da Educação.

No entanto, em entrevista ao Uol no domingo, 23, a editora do site de Educação e do Megazine, hospedado no portal de O Globo, Valquíria Daher, disse que “um aluno que estava dentro de um local de prova passou o tema” para o jornal. Ela contou ainda que o estudante se comunicou com a redação do veículo, mas não quis explicar de que maneira, uma vez que os inscritos só podiam sair da prova às 15h e estavam incomunicáveis. Em seguida, Valquíria havia “desmentido” o Uol, informou o MEC ao Comunique-se.
Procurado pela reportagem do Portal Comunique-se, o repórter Lauro Neto não se manifestou, até o fechamento desta matéria.

Veja a matéria publicada pelo repórter Lauro Neto em O Globo: Sem ser repreendido por fiscais, repórter faz a prova do Enem 2011 com itens que eliminaram outros candidatos.

Além de O Globo, o Uol também teria sido citado, por ter contratado um fotógrafo em Fortaleza (CE), que tirou fotos da entrega das provas nas salas da Uece (Universidade Estadual do Ceará) no sábado, 22. O fotógrafo teve sua saída solicitada da universidade, pedido que foi prontamente atendido por ele, segundo o Uol.
Apesar disso, o MEC afirma ainda que não houve falha ou vazamento na aplicação do Enem.

Prestação de serviço

No entanto, segundo o MEC, nem toda a cobertura da imprensa feita sobre o Enem deve ser criticada. A assessoria de imprensa da instituição citou a matéria do jornalista Paulo Saldaña, do jornal “O Estado de São Paulo”, dando a ela “crédito de prestação de serviços”. Na ocasião, o jornalista que 'virou' fiscal da prova.
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“A matéria do Saldaña foi de grande ajuda para nós. No campus onde ele estava, houve um número muito grande de fiscais desistentes e precisamos nos precaver contra isso. E para conseguir essa informação, ele agiu corretamente. Se cadastrou na fila de desistentes, fez o treinamento com pessoas capacitadas antes da avaliação e aplicou a prova normalmente. Na próxima edição do Enem o MEC irá melhorar esse processo”, finaliza a instituição.

Fonte: Silvana Chaves - www.comunique-se.com.br