Matéria publicada na Folha de São Paulo no último dia 28 de abril, destaca a proposta que acaba com o Piso Nacional dos Professores aprovado no governo Lula. Alguns prefeitos e governadores já comemoram a promessa feita pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) em seu eventual governo de 180 dias.

A ideia de Temer é modificar a Lei 11.738-2008 e criar um programa batizado de "Travessia Social", que daria 'bônus' aos docentes que 'melhorassem' o desempenho dos alunos e também 'aperfeiçoassem' suas práticas pedagógicas.

Entenda

Os reajustes anuais lineares a partir do mês de janeiro de cada ano para todos os educadores da educação básica pública, tal como reza a lei 11.738-2008, apenas os educadores que cumprirem as metas do 'novo' programa teriam direito a uma espécie de abono, que sequer vai para a aposentadoria. Desde 2009, os reajustes do piso se dão pelo mesmo índice de crescimento do custo-aluno, sempre acima da inflação oficial.

Um atraso e golpe no magistério

"Essa proposta de Temer representa um grande atraso para a educação pública e para a valorização dos professores", alerta a Doutora em Educação, Maria Esther Salgado. Explica a educadora que o desempenho dos alunos não é resultado exclusivo da atuação dos seus mestres, vez que o ensino-aprendizagem envolve diversos outros elementos, como a estrutura das escolas, as condições de trabalho e o próprio nível cognitivo de cada discente. Ao se querer reduzir tudo isso somente à atuação do educador, tenta-se na verdade justificar a ausência de valorização desse profissional pondo a culpa apenas nele mesmo. "Essa proposta não passa portanto de golpe no magistério", conclui a Drª Esther.

Sindicatos já sinalizam que vai ter resistência a medida desastrosa para a educação brasileira e caso seja implementada a categoria vai parar.